Com a presença do prefeito de Camaquã, João Carlos Machado, da secretaria municipal da Cultura e Turismo, Marla Crespo e do presidente da Câmara de Vereadores, Ilson Meireles, foi realizada nesta terça-feira (29), a colocação da réplica da Cruz Missioneira, ou Cruz de São Miguel, no local em que ela foi achada, no ano passado: a Praça Santa Cruz. A solenidade, contou com uma celebração ecumênica, com a participação de membros da Igreja Católica e da Umbanda.
Descobridor do artefato de ferro, forjado durante as missões jesuíticas no Rio Grande do Sul, entre os Séculos 17 e 18, o doutor em Teologia da PUC, professor e irmão marista Edson Hüttner, esteve presente no ato ao lado do irmão Éder e da mãe Adair Carmem. “Estamos aqui, hoje, recuperando e ajudando a fazer a história. (...) a descoberta deste símbolo sacro na nossa Camaquã serve também para nos unirmos mais como comunidade, como cristãos”, disse Hüttner, que se criou na cidade e estudou no extinto Colégio Marista São José.
A representação religiosa da solenidade se deu através do pároco local José Inácio Messa e pelo líder do Terreiro de Culto e Estudo Espírita Umbandista (Teceu), “Pai Daniel”. Com seus rituais, abençoaram o local. Ambos falaram sobre a representação da cruz e seus significados de sacrifício aos seguidores de suas religiões. O dirigente umbandista agradeceu a oportunidade de seu grupo “sair do ocultismo” com o convite, afinal, disse ele: “todos cremos num criador e pregamos o amor e a fraternidade”. Ao abençoar o local, o padre Inácio Messa se referiu à cruz como forte elemento do cristianismo e dos seus princípios.
Já a secretária Marla agradeceu a Edson Hüttner pelo trabalho de pesquisa, que segundo ela foi “exaustivo e de grande resultados, concluído com a comprovação da autenticidade da peça”.
Participaram também do encontro os dirigentes do Núcleo de Pesquisas Históricas de Camaquã (NPHC), João Máximo Lopes e Luiz Fernando Azambuja, o presidente da Fundasul, Rubem Machado, os secretários municipais Paulo dos Santos, Maristela Monteiro, Jussara Jaquês e João Batista Caldasso.
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O que é?
Em meados de 2013 o professor Edson Hüttner anunciou a descoberta da Cruz de São Miguel em Camaquã. A pesquisa contou com consulta aos arquivos do Vaticano, análises e comparação com uma litografia de 1846, que mostra a Cruz no alto do templo de São Miguel, nas Missões. O material também foi submetido ao Centro de Microscopia e Microanálise da PUC, onde se comprovou ser o mesmo encontrado em peças fundidas nos fornos da Redução de São João, onde se utilizava a técnica da forja trazida da Europa no Século 18.
Assessoria de Comunicação Social Governo Municipal
Texto: Alex Soares
Fotos: Divulgação
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