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DEZ
11
11 DEZ 2013
Programa de Alfabetização do Sindicato Rural de Camaquã-Senar é destacado em ampla reportagem de Zero Hora
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O Programa de Alfabetização de Trabalhadores Rurais, promovido pelo Serviço de Aprendizagem Rural (Senar –RS) e coordenado em Camaquã pelo Sindicato Rural, ganhou destaque no jornal de maior circulação do Estado e um dos mais tradicionais do país. Na sua edição dominical do último dia 8, numa ampla matéria de cinco páginas, Zero Hora narrou a trajetória de vida de um grupo de agricultores morador do Banhado do Colégio, alfabetizado pelo projeto e que se formou em outubro passado. O material é assinado pelo repórter Juliano Rodrigues, com fotos de Mauro Vieira.

Tendo como principal enfoque a grande vitória na vida destes senhores e senhoras de aprenderem a ler e escrever na faixa média de 60 anos, a reportagem também faz uma viagem ao tempo para explicar as razões pelas quais demoraram tanto tempo para terem contato com os livros. Na volta ao passado, os personagens da pauta contam as dificuldades logísticas e, principalmente, culturais que enfrentavam para poder frequentar a escola. Para os pais, diz um trecho da matéria: “estudar era algo supérfluo. Naquele tempo, as meninas tinham autorização para frequentar as aulas até a quarta série. Para dar sequencia ao aprendizado precisavam ir a outro colégio, que ficava em Camaquã. Andar de ônibus, nem pensar”.

“Meu pai me dizia: ‘Filha minha não vai andar por ai sozinha’. Eu chorava e falava: Pai, me deixa ir, por favor, deixa...mas ele não aceitava”.

(Catarina, 51 anos, formanda do Curso de Alfabetização)   

 Os alunos do curso, cujas aulas ministradas pela professora Ana Maria Marques foram dadas no Clube de Mães da localidade, são a maioria filhos de trabalhadores rurais beneficiados pela desapropriação promovida pelo então governador Leonel Brizola, em 1962, quando se estabelecia a primeira reforma agrária do Brasil. Entre esses descendentes retratados na reportagem estão as formandas Noeli e Maria, que anunciaram o desejo de tirar a carteira de motorista após o curso. Noeli, a mais nova do grupo, com 47 anos, descobriu também seu talento para as letras:

“É no Alfabeto que vais me encontrar/a alegria de um recomeço/No final talvez até diga/Aprendi muito mais do que mereço” (Noeli, a poeta da turma)

Entre os integrantes da turma está Osmarina, 72. Aliás, a mais veterana e querida da turma, segundo os colegas. Ela ia às aulas de bicicleta. Quando criança, ia estudar longe, calçando apenas chinelos no frio da localidade de São Braz, antes distrito de Camaquã, hoje pertencente ao município de Chuvisca.

“Quando chovia, eu tinha que levar uma muda de roupa para escola, pois precisava caminhar com água até a cintura” (Osmarina, 72 anos, a mais velha do grupo de formandos)

A formatura dos doze alunos ocorreu no dia 8 de outubro, no restaurante do Sindicato Rural. Presentes estiveram o prefeito de Camaquã, João Carlos Machado, superintendente do Senar, Gilmar Tietböhl, a presidente do Sindicato Rural, Maria Tereza Scherer Mendes, que se referiu à turma como “afetiva e receptiva”.  

Maria Tereza lembra que de 2009 até aqui o SRC já formou 70 com  70 alunos de média. Isso dá mais de 1.200 agricultores e agricultoras que passaram a entender o significado da escrita após uma vida de trabalho. A aluna Sueli, resumiu assim o que significou a ela o curso:  

Não saber ler é como ser cego. Estamos aqui para conseguir enxergar”

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